sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Paz

Há uma questão sempre me inquietou bastante, acho que nem vou conseguir me expressar claramente sobre esse tema, mas preciso de alguma forma faze-lo. É o seguinte: tenho dificuldade de entender os porquês das guerras, discórdias sejam as entre nações ou entre indivíduos. E as guerras podem se manifestar de forma bem evidente, como podemos ver em toda a história da humanidade, ou de maneira velada, sorrateira, fria - como podemos observar no nosso dia-a-dia.

Certa vez um amigo me disse que quando trabalhava em determinada empresa ocupava um período para dar conta de suas tarefas e outro para tentar descobrir as tramoias existentes nas relações. Segundo ele, havia um puxar de tapetes constante, clima de desconfiança, máscaras, muitas máscaras.

Cada vez mais esse tipo de relação me causa estranhamento. Mas, acho que sou um ser ingênuo em demasia. Sempre acredito nas boas intenções das pessoas e considero improvável que alguém intente puxar meu tapete, assim como não passa pela minha cabeça tramar contra alguém.

O fato é que situações em que a desconfiança permeia as interações humanas são muito comuns.
Não quero aqui dizer que não tenho um pezinho atrás vez ou outra, mas francamente, prefiro me perceber sem malícia a ficar na tensão paranoica de que algo pode estar sendo feito às minhas costas.

Embora não seja fácil encontrar o tom certo para manifestar incômodos e satisfações, ter coragem para pedir e maturidade para ouvir feedbacks, cada vez mais vejo como única possibilidade de melhoria das relações busca pela transparência. E transparência não significa abrir-se feito um paraquedas, trata-se apenas de ser verdadeiro consigo e refletir no mundo essa verdade. Sem, é claro, esquecer que a verdade do outro é verdadeira para ele.
Penso que a paz só será possível se seguirmos uma recomendação de São Francisco de Assis:
O importante não é a concordância e sim a compreensão!
E para se conseguir isso, penso ser necessária muita disposição de investigação interna e amorosidade para olhar o outro, seja ele quem for. E, também, desapego.
Não é fácil, mas com algum esforço, possível!